Fundadora do Clube Lupa, ela também é fã da moda circular e cliente da TROC. Vem ver as dicas da Fer Paludo sobre estilo e sustentabilidade!

Em comemoração ao Mês da Terra, convidamos a Fer Paludo (@fernandalpaludo) para responder algumas perguntas sobre estilo e sustentabilidade. Fundadora do Clube Lupa – o primeiro clube de experiências do país! -, ela é especialista em realizar curadoria das melhores marcas autorais com viés sustentável.

Apaixonada por moda, é claro que ela apoia a moda circular e já vende e compra na TROC! Confira a entrevista completa:

Fer, conta pra gente: como você começou a se interessar por sustentabilidade?

Fer Paludo em campo de lavanda, vestindo peças de marcas autorais.

Eu tive a oportunidade de trabalhar nos bastidores de uma das maiores redes de fast fashion do mundo na Califórnia (…) Vi de perto o comportamento de consumo, a quantidade de peças diariamente sendo jogadas nos lixos e esta, entre outras percepções, me trouxeram milhões de questionamentos.

Sou formada em Direito e apesar de ter transigido de área, fiz uma imersão: comecei a me aprofundar mais no assunto. Quando percebi, estava lendo julgados do Ministério Público sobre trabalhos análogos a escravidão e histórico jurídico de grandes marcas, descobrindo quais eram as práticas mais comuns em suas cadeias produtivas.

Logo em seguida, passei no processo seletivo da Nordstrom e comecei a trabalhar com grandes marcas autorais de luxo. Fui do 8 ao 80 e nesta experiência tive a oportunidade de ver o “outro lado da moeda”, porém fazendo diversos questionamentos também em relação a sustentabilidade.

Foi um caminho sem volta! Criei meu perfil (@fernandalpaludo) para dividir estas descobertas e indicações de marcas autorais e sustentáveis, principalmente em Curitiba. Fiz uma Pós Graduação em Produção de Moda e Styling pela Universidade Positivo, uma certificação em Meio Ambiente e Sustentabilidade pela FGV e assim, acabei me sentindo na obrigação de fazer a minha parte: alertar quem estava ao meu alcance e ajudar a equilibrar o cenário.

Fer Paludo posa com peças de marcas autorais.

Pra você, qual é a importância de consumir moda sustentável hoje em dia?

De forma geral, entendo que depois de ter conhecimento esta seja apenas a próxima etapa. Não tem como ignorar e manter os mesmos comportamentos de consumo após estas descobertas: é nosso dever questionar e promover mudanças para a nossa e futuras gerações.

Toda vez que adquirimos algo, sinalizamos para o mundo e para as empresas o que é importante para nós, o que valorizamos, quem somos e quais são nossas prioridades. O ato de comprar é muito mais emblemático do que pensamos, pois tem um poder invisível por trás; capaz de influenciar pessoas perto de nós, pessoas de outros países e o mundo como um todo. Ou seja, sabemos que consumir é inevitável, mas quando a compra acontece, podemos e devemos fazer melhores escolhas.

Como você começou a comprar e vender peças usadas? Quais foram os benefícios e desafios?

Minha mãe sempre gostou de garimpar em brechós, então desde pequena tive esta referência. Com o passar do tempo, essa minha paixão só se intensificou! Um dos maiores benefícios – além de encontrar peças icônicas e únicas – foi repassar peças que não faziam mais sentido para mim e trocar por créditos, que se transformam em peças que fazem falta no meu armário. Essa troca é maravilhosa! Além disso, a sensação de dever cumprido: estamos colaborando para circular peças que já foram produzidas, diminuindo o impacto ambiental e o descarte.

Um dos maiores desafios é fazer a roda girar de forma justa para ambos os lados. Alguns consumidores ainda enxergam brechós como lugares para desapegar de peças que estão paradas no armário, mas não lembram deles na hora de consumir.

Também ao escolher peças com foco na qualidade e auto representação, não por status ou tendência. Por demanda, a curadoria de brechós acaba focando em peças vendáveis, infelizmente a grande maioria sendo fast fashion ou com foco na marca por status. Valorizar peças de marcas autorais desconhecidas ou sem etiqueta, mas com foco em qualidade, faz com que consumidores enxerguem não só a marca, mas também a importância de outros quesitos de escolha.

Fer, na sua opinião, quais são os maiores mitos ou estigmas em torno do secondhand, e como você os desmistifica?

Os principais mitos que ouço até hoje ainda são:

“Brechós são todos iguais”. Existem brechós de diversas categorias: vintage, luxo, tradicional… Há o brechó que vende roupas por quilo, por exemplo, e também há o brechó que se envolve em todas as etapas de curadoria. Cada qual com seus preços e públicos distintos, assim como lojas.

“Roupas de brechó tem energia ruim”. Relembrando o histórico de marcas que produzem peças com pessoas em situação análoga a escravidão como comentamos acima, esta comparação se torna relativa.

“Se a roupa está lá é porque não é um bom produto”. Se a peça foi desapegada, os motivos podem ser diversos. Roupas de brechó podem não ter mais utilidade para alguém, mas podem ter para outra pessoa e essa conexão é incrível!

Como surgiu a ideia de criar o Clube Lupa? Explica pra gente como funciona?

O Lupa é um clube de experiências por assinatura que seleciona marcas autorais e estabelecimentos locais (de moda autoral, gastronomia, arte, cultura, decoração, serviços…) e promove experiências exclusivas para sócios. São hoje mais de 120 marcas e estabelecimentos afiliados!

As experiências podem ser: receber presentes, ter acesso exclusivo a espaços e eventos, acesso antecipado, lançamentos e descontos exclusivos, além de ter um guia das melhores marcas. Você pode ir a um bar e ganhar um drink que só é vendido para sócios do Lupa, por exemplo. Ou visitar galerias e museus, fazer visitas guiadas exclusivas e ganhar presentes incríveis no final. Pode também ganhar descontos significativos ou escolher peças de brechós e marcas autorais, entre outras experiências.

Criamos uma plataforma do zero, com funcionalidades exclusivas para tornar esse processo intuitivo, seguro, prático e inesquecível. Para usar é muito fácil: é só fazer o login na área do sócio e ao visitar um dos 120 estabelecimentos, encontrar o nosso adesivo, escanear o QRCode e pronto! De forma online, ao realizar alguma compra, é só encontrar os códigos dos cupons na área de sócio.

Hoje também contamos com centenas de sócios e algumas premiações. A TROC inclusive é uma grande afiliada e parceira, da qual sentimos muito orgulho! Para ser sócio do Lupa é só escolher um dos planos: mensal, semestral ou anual. Todos serão mais do que bem-vindos no www.clubelupa.com.br 🙂

Fer Paludo posa ao lado de um neon com o escrito "Lupa".

Como você define seu estilo? Quais peças são essenciais no seu armário?

Eu me vejo como um mix que representa várias versões de mim. Um dia bem colorida, outro mais básica, outro sem pé nem cabeça, mas eu adoro mesmo assim! (risos) Gosto de me vestir para mim mesma e de acordo com meu humor. 

Peças essenciais são de marcas que eu admiro e por quem me sinto bem representada. Meu armário é 60% brechó e 40% marcas autorais. Normalmente são confortáveis e escolhidas a dedo, sabendo que vão durar pela qualidade e independente do estilo: se fizer sentido naquele momento eu uso, sem me preocupar com tendências ou olhares alheios. Ou seja: são atemporais aos meus olhos.

Primeiramente, parabéns pelo bebê! Você sente que seu estilo mudou muito desde que engravidou?

Oba, que queridos, muito obrigada! Estamos muito felizes e ansiosos pela chegada do Gabriel 🙂

Sinto que meu estilo segue variado, priorizando o conforto e percebo poucas mudanças nele. Sempre gostei de peças largas e isso tem me ajudado a encontrar peças que me sirvam durante a gravidez. Além disso, tenho recebido muitas peças de amigas que já tiveram filhos e me emprestaram durante esta fase. Só amor por esta rede de apoio! O corpo vai mudando rápido e é interessante perceber estas mudanças… Estou me curtindo muito.

Porém, mentalmente já mudei bastante e estou adorando pesquisar iniciativas sustentáveis na maternidade e colocar em prática no enxoval o que prezo com brechós e marcas autorais.

Fer Paludo mostra suas peças de marcas autorais.

Que tal fazer como a Fer Paludo e desapegar de peças incríveis que você não usa mais? Clique aqui e saiba mais sobre como vender na TROC!


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