Conhecida pelo bom gosto dos looks “karinísticos”, a Karina Facci (@karinafacci) cria conteúdos super criativos sobre moda e ensina seu público a fazer as melhores combinações! Apesar de ser apaixonada por moda desde pequena, se tornou advogada e só depois de formada resolveu ingressar o curso de Moda do Instituto Europeo de Design. Com uma visão inovadora e única sobre estilo, trouxemos a Karina Facci para responder algumas perguntas sobre sua história, peças secondhand, e claro, moda! Ela já compra e vende na TROC há anos, e recentemente enviou mais peças incríveis para a sua lojinha, que você pode conferir AQUI. Confira abaixo nosso bate-papo:
1. Karina, conta pra gente: como você começou a se interessar por moda?
Só depois de adulta consegui me recordar que a moda sempre esteve presente na minha vida, na minha essência e personalidade. Desde pequena, eu escolhia o que queria vestir, não deixava ninguém me arrumar, nem falar o que eu deveria usar (risos). Amava brincar com revistas de montar combinações, brincar de Barbie e Polly só para trocar as roupas e montar combinações, desenhar croquis e vestidos.
Mas fui crescendo e, na minha cabeça, seria advogada. Assim, os preparativos do vestibular me afastaram desse lado artístico. Tinha certeza que seria advogada! Só que durante a faculdade, elogiavam meus looks, perguntavam se eu fazia Moda, questionavam o porquê eu não fazia – que era um absurdo! (risos), copiavam os meus looks e eu já indicava onde comprar… Influenciava sem saber que isso seria um caminho! Vivia a rotina do Direito, mas nos finais de semana me jogava nas revistas, livros de moda e fazia cursos relacionados.
Nisso, percebi que era uma pessoa por dentro (criativa e extremamente extrovertida) e, por fora, outra (que eu definitivamente não era: séria e introvertida). Meu armário parecia o da Carrie Bradshaw, mas ficava ali guardadinho, e na vida real era uma advogada obrigada a se vestir de preto, disfarçada! (risos) Quando me dei conta que vinha massacrando aquela Karina desde pequena por um sonho que eu acreditava ser meu, mas não era.
Vi e ouvi os sinais: começaram a surgir trabalhos na área de Moda, que eu nem atuava! Assim, me dei conta de que precisava me jogar. Por ser uma advogada metódica, queria saber de todas as possibilidades (risos) e me matriculei na faculdade de Moda do Instituto Europeo de Design e, já advogada, voltei a estudar. Não preciso dizer que, ao entrar no trilho certo, tudo fluiu, né? E cá estamos!
2. E falando em moda, você já vende na TROC e acabou de enviar mais peças lindas pra sua lojinha! Pra você, como é esse processo de desapego?
Maravilhoso! Este ano, faz 10 anos que fiz a mudança de carreira e migrei para Moda. Minha relação com isso nesses anos mudou MUITO! Quando estava infeliz na profissão eu era super consumista e usava isso como uma válvula de escape para a minha realidade, estava doente. Depois de migrar, vivi a época de deslumbre, pois finalmente podia ser quem eu gostaria de ser. Era paetê com tênis 8h da manhã! (risos) Depois disso comecei a entender melhor a indústria e, do amor que eu tinha por comprar em brechós mundo afora para encontrar peças únicas e especiais, entendi que, de fato, fazia parte da minha personalidade e estilo.
Já não me identificava mais com fast fashion, já não me identificava mais com mais é mais. Passou a ser: menos e melhor é mais! Foi um processo. Nisso fui trabalhando cada vez mais o desapego, aprendendo a usar coisas incríveis no dia a dia porque a vida é HOJE, não guardar nada. Não guardo nem minhas bolsas, eu uso tudo todos os dias. Comecei a sentir que não faz sentido alguma peça ficar ali parada, sendo que ela pode trabalhar na autoestima de outra pessoa e fazer a vida de alguém muito feliz. Me transformei e hoje posso dizer que sou viciada em desapegar. (risos) AMO ver minhas peças saindo felizes por aí, ressignificadas!
3. Atualmente, como você define seu estilo? Quais peças são essenciais no seu armário?
Atualmente sinto que, de fato, atingi meu estilo próprio. Aquele que construí ano a ano, sentimento a sentimento, aprendizado a aprendizado, compreendendo tudo por dentro para demonstrar por fora. Compreendi o que me faz feliz e, para mim, as roupas estão intrinsecamente ligadas à gente se sentir bem. Eu AMO ter boas peças-base clássicas no armário e misturá-las com peças icônicas, únicas em um belo high-low. Hoje é assim que demonstro minha personalidade e me sinto feliz, sendo eu mesma e demonstrando minha personalidade. Eu sou simples e complexa, ao mesmo tempo. Acho que meu estilo consegue passar isso, gosto de passar mensagens e ser profunda!
Peças que acredito serem essenciais no meu e no armário de uma Karinística: um bom jeans que vista muito bem (para mim: uma calça jeans vintage do meu pai que tem 40 anos), uma bolsa versátil que consiga te acompanhar da manhã à noite, uma obra de design, que levanta QUALQUER look e que ficará para os netos (para mim: uma Gabrielle, da Chanel), uma camiseta branca de corte neutro e clássica (para mim: t-shirt gola redonda Ralph Lauren, não deixo faltar!), um belo blazer em alfaiataria impecável: pode ser preto, risca de giz, azul marinho, xadrez ou todas as opções acima – não vivo sem esses! Um perfeito vestido preto que, dependendo dos acessórios te acompanha nos compromissos diurnos ou noturnos e um bom mocassim.
4. Na sua opinião, quais tendências vão bombar no inverno?
O marrom veio para ficar! Com certeza peças nessa cor estão com os ponteiros do estilo nas alturas e demonstram que você está antenada. Além disso, as sapatilhas! Eu sempre apostei nelas… Nunca deixei de usá-las, e as pessoas riam da minha cara! Eu sempre bati o pé. Hoje em dia estou apenas observando todo mundo que criticava se jogando nas sapatilhas de novo (risos). Aposto também no modelo sapatilha boneca, inspirada no modelo clássico italiano La Friulana. Acredito que a estética anos 2000, que tem uma estética mais jogada, consiga ainda mais adeptos, porque está fortemente presente em algumas temporadas. Mas também vejo presente uma pegada arrumadinha e girlie dos 1960 (sapatilhas & tubinhos mini podem provar!), pra contrapor a rebeldia 2000’s. Sempre somos um mix de várias décadas-base e estilos, ainda que opostos!
5. Pra você, qual é a importância de consumir moda sustentável hoje em dia?
Atualmente, não é mais uma questão de ser importante levantar bandeira da sustentabilidade: é uma NECESSIDADE de mudança para um novo estilo de consumo. Tudo mudou MUITO graças à empresas como a TROC que trazem a ressignificação de um novo padrão de COMPORTAMENTO de consumo. Assim, estamos a um passo de olhar para trás e não acreditar que fazíamos coisas como lotar armários de coisas sem uso ou não usar uma peça novíssima que foi de alguém.
Estamos vivendo a transição de uma era, transformando gerações! Para a grande maioria das pessoas, logo esse passado vai ser impensável – para mim, já é! Não vai mais fazer sentido e vamos nos envergonhar. Isso acontece quando se solidifica um novo padrão de comportamento, e a TROC foi a precursora que eu reconheci desde o primeiro momento. Sempre apostei, ainda quando a Lu e o Henrique enviavam os e-mails apresentando o que era a TROC! (alô @Lu, posso me incluir junto?) (risos)
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